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| Topol no filme "Um Violinista no Telhado" de 1971 |
Houve uma época que eu comprava DVDs por compulsão. Na minha
estante ia se formando uma pilha enorme de filmes que eu havia comprado e não
tinha assistido. Foi nessa época que adquiri o filme do Um Violinista no
Telhado (Fiddler on the Roof) apenas pelo fato de ser uma adaptação do musical
da Broadway e que na realidade não sabia muito do que se tratava. Lá naquela
pilha ficou o filme por mais de dois anos, até que surgiu uma faísca de
interesse e realmente fui lá e coloquei para assistir. A história se passa na
vila de judeus de Anatevka, onde Tevye e Golda vivem com suas cinco filhas na
pobreza e mantendo as tradições judaicas de casamentos arranjados e respeitando
o rabino como autoridade. As três horas de filme passaram como se fosse apenas uma
hora, e por incrível que pareça eu não pausei o filme em nenhum momento. Quando
terminou o filme bateu o arrependimento de não ter assistido logo que comprei o
DVD. Até hoje foi um dos filmes que mais me encantou por suas músicas e pelo
personagem Tevye, o leiteiro e pai de cinco filhas que segue a risca as
tradições judaicas e está sempre conversando com Deus. Havia algo extraordinariamente
inteligente naquele leiteiro que me fascinou por todos os momentos que estava
na tela.
O musical Fiddler on the Roof abriu na Broadway em 1964 e
teve mais de 3200 apresentações. É considerado um clássico e um dos maiores
sucessos em teatro musical. Também já contou com inúmeras remontagens na
Broadway e em Londres, em 1971 ganhou a versão cinematográfica vencedora de
três Oscars. No Brasil, produzido pela dupla Möeller & Botelho, o musical estreou
no Rio de Janeiro em 2011 e em 2012 em São Paulo.
A versão brasileira já estava na minha lista de musicais
para não deixar de assistir. Primeiro que as produções de Möeller & Botelho
são impecáveis e obrigatórias. Segundo que me encantei tanto com o filme que não
poderia deixar de ver essa linda história ao vivo. José Mayer, mesmo sendo sua
primeira experiência em teatro musical, foi a escolha perfeita para o papel de
Tevye, não devendo nada aos atores Topol (filme) e Zero Mostel (Broadway) que
são sempre lembrados como as melhores interpretações do personagem. Não vou
citar mais nenhum outro nome do elenco para não ser injusto de falar de uns e
não de outros, já que todos estavam perfeitamente lindos em seus papéis. A
noite no Teatro Alfa foi uma cheia de muitas surpresas. A peça foi tudo o que
esperava que fosse e um pouco mais, mesmo faltando a dancinha tradicional na música
“If I Were a Rich Man”. No meu caso que conheço o filme melhor do que a peça,
eu desconhecia da cena “The Rumor”. A cena é uma das mais engraçadas, mas parece
não pertencer ao musical, me senti assistindo algo do Sondheim por alguns
minutos.
Resumindo meus sentimentos: musical perfeito para os amantes
da Broadway mais tradicional assim como eu. A nossa versão brasileira faz valer
a fama do Brasil ser o terceiro maior pólo de teatro musical no mundo. A
mensagem de tolerância e a busca de felicidade e harmonia valem nos dias de
hoje, o que faz desse musical ser especial. Um pequeno problema, após assistir
a peça, provavelmente você irá ficar cantando “Tradição” por uns dois dias.

2 comentários:
Rafa, eu também não dava nada pelo DVD quando ganhei, por que não era um nome muito conhecido pra mim, mas também me apaixonei! E sabe que eu tambem senti falta da dancinha no If I were a rich man? Pois foi uma das músicas que eu mais gostei de cara! E é sempre bom a montagem do teatro ter muitas coisas que não tem no filme, assim a gente se surpreende mesmo com o conhecido! Fora a adaptação em si, que ficou linda!
Ai, errei um monte de coisa no texto heheheh Minha mania de escrever e nao conferir... Bjo
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