terça-feira, 10 de abril de 2012

Um Violinista no Telhado – Tradição!



Topol no filme "Um Violinista no Telhado" de 1971

Houve uma época que eu comprava DVDs por compulsão. Na minha estante ia se formando uma pilha enorme de filmes que eu havia comprado e não tinha assistido. Foi nessa época que adquiri o filme do Um Violinista no Telhado (Fiddler on the Roof) apenas pelo fato de ser uma adaptação do musical da Broadway e que na realidade não sabia muito do que se tratava. Lá naquela pilha ficou o filme por mais de dois anos, até que surgiu uma faísca de interesse e realmente fui lá e coloquei para assistir. A história se passa na vila de judeus de Anatevka, onde Tevye e Golda vivem com suas cinco filhas na pobreza e mantendo as tradições judaicas de casamentos arranjados e respeitando o rabino como autoridade. As três horas de filme passaram como se fosse apenas uma hora, e por incrível que pareça eu não pausei o filme em nenhum momento. Quando terminou o filme bateu o arrependimento de não ter assistido logo que comprei o DVD. Até hoje foi um dos filmes que mais me encantou por suas músicas e pelo personagem Tevye, o leiteiro e pai de cinco filhas que segue a risca as tradições judaicas e está sempre conversando com Deus. Havia algo extraordinariamente inteligente naquele leiteiro que me fascinou por todos os momentos que estava na tela.

O musical Fiddler on the Roof abriu na Broadway em 1964 e teve mais de 3200 apresentações. É considerado um clássico e um dos maiores sucessos em teatro musical. Também já contou com inúmeras remontagens na Broadway e em Londres, em 1971 ganhou a versão cinematográfica vencedora de três Oscars. No Brasil, produzido pela dupla Möeller & Botelho, o musical estreou no Rio de Janeiro em 2011 e em 2012 em São Paulo.

A versão brasileira já estava na minha lista de musicais para não deixar de assistir. Primeiro que as produções de Möeller & Botelho são impecáveis e obrigatórias. Segundo que me encantei tanto com o filme que não poderia deixar de ver essa linda história ao vivo. José Mayer, mesmo sendo sua primeira experiência em teatro musical, foi a escolha perfeita para o papel de Tevye, não devendo nada aos atores Topol (filme) e Zero Mostel (Broadway) que são sempre lembrados como as melhores interpretações do personagem. Não vou citar mais nenhum outro nome do elenco para não ser injusto de falar de uns e não de outros, já que todos estavam perfeitamente lindos em seus papéis. A noite no Teatro Alfa foi uma cheia de muitas surpresas. A peça foi tudo o que esperava que fosse e um pouco mais, mesmo faltando a dancinha tradicional na música “If I Were a Rich Man”. No meu caso que conheço o filme melhor do que a peça, eu desconhecia da cena “The Rumor”. A cena é uma das mais engraçadas, mas parece não pertencer ao musical, me senti assistindo algo do Sondheim por alguns minutos.

Resumindo meus sentimentos: musical perfeito para os amantes da Broadway mais tradicional assim como eu. A nossa versão brasileira faz valer a fama do Brasil ser o terceiro maior pólo de teatro musical no mundo. A mensagem de tolerância e a busca de felicidade e harmonia valem nos dias de hoje, o que faz desse musical ser especial. Um pequeno problema, após assistir a peça, provavelmente você irá ficar cantando “Tradição” por uns dois dias.





2 comentários:

Marina disse...

Rafa, eu também não dava nada pelo DVD quando ganhei, por que não era um nome muito conhecido pra mim, mas também me apaixonei! E sabe que eu tambem senti falta da dancinha no If I were a rich man? Pois foi uma das músicas que eu mais gostei de cara! E é sempre bom a montagem do teatro ter muitas coisas que não tem no filme, assim a gente se surpreende mesmo com o conhecido! Fora a adaptação em si, que ficou linda!

Marina disse...

Ai, errei um monte de coisa no texto heheheh Minha mania de escrever e nao conferir... Bjo