terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Carrie is Back

Playbill Original de 1988
Hoje, 31 de janeiro, é a data mais esperada nos últimos anos para todos os obcecados, assim como eu, pelo musical “Carrie”. Depois de 24 anos o musical volta para Nova York na Off-Broadway.

O musical, com música de Michael Gore e letra de Dean Pitchford, foi um dos lendários fracassos da Broadway, a crítica detonou a produção o que fez fechar ao público depois de apenas 5 apresentações, mas foi o suficiente para virar cult e ganhar vários fãs que fazem qualquer coisa por materiais não oficiais.

Carrie, uma produção da Royal Shakespeare Company de Stratford, Inglaterra, teve início em Fevereiro de 1988 tendo Linzi Hateley no papel da Carrie e Barbara Cook interpretando Margaret White. Após a primeira apresentação em Stratford, Barbara Cook deixou o elenco depois de ser quase decapitada pelo cenário, o que deu espaço a entrada para Betty Buckley. Após a temporada inicial de 4 semanas em Stratford, os produtores resolveram gastar oito milhões de dólares para levar a produção inteira para Broadway. Desde a produção de Stratford até a abertura oficial na Broadway, o roteiro teve várias mudanças diariamente chegando a causar tumultos nos bastidores quando os compositores apareciam meia hora antes da cortina subir com uma música nova, foi exatamente o que aconteceu na noite de estréia.

Mas o que fez do musical ser um grande fracasso? Primeiramente, quem foi assistir o musical sem nunca ter assistido o filme de 1976 ou ter lido o livro de Stephen King, não fazia idéia do que se passava no palco, já que em nenhum ponto do roteiro foram citados os poderes de telecinésia de Carrie. A cenografia foi outro ponto sofrível, quando o palco não estava totalmente escuro fazendo os atores se perderem na escuridão, o palco ficava com paredes grandes brancas que supostamente seria a escola que Carrie estudava. A coreografia pela Debbie Allen também foi um ponto risível, mesmo em cenas com músicas mais lentas os atores pareciam estar em uma cena do “Fama”. Entretanto, observando bem as músicas, a representação e vozes da Linzi Hateley e Betty Buckley, fica mais fácil de entender porque o musical é considerado cult e apreciado nos dias de hoje. As músicas cantadas pela Carrie e Margaret são todas em minha opinião show-stoppers, principalmente a belíssima And Eve Was Weak, e a melhor música de todas, I Remember How Those Boys Could Dance, onde Carrie usa pela primeira vez seus poderes para se defender da mãe fanática religiosa.

Final do Ato I - I Remember How Those Boys Could Dance

Quando ouvi falar da existência desse musical e sobre o fracasso que foi, a primeira coisa que fiz foi procurar vídeos no YouTube. O primeiro vídeo que vi foi a filmagem da música de abertura chamada “In”, onde as atrizes dão um belo espetáculo de boa forma e coreografia, sem falar que a música é totalmente envolvente e empolgante. Logo fiquei curioso para saber como eles recriaram a famosa cena do balde cheio de sangue, e para minha alegria logo em seguida achei o vídeo da cena também na qual é popularmente conhecida como The Destruction. Sinceramente quando vi pela primeira vez a cena eu fiquei surpreso, é tão bom e tão mal feito ao mesmo tempo que fica difícil de explicar . A cortina de proteção desce, há efeitos especiais com lasers vermelhos, flashes de luzes, faíscas e os gritos dos adolescentes preenchem a cena para logo aparecer uma escadaria gigantesca que lentamente desce onde a mãe de Carrie a aguarda com uma faca na mão. Parece ser tosco, mas a cena é linda e triste.

Em 2008, para a alegria de muitos fãs do musical, foi divulgado que o libretto tinha sido revisado e em breve fariam uma leitura de teste. Essa leitura ocorreu apenas 1 ano depois e contava com Sutton Foster, Marin Mazzie e Molly Ranson. Foi em 2010, um ano após a leitura de teste que foi divulgado que finalmente o musical voltaria Off-Broadway, mas ainda tivemos que esperar mais 16 meses para que a primeira noite de apresentação fosse aberta ao público.
Agora é esperar para que comece aparecer as críticas e torcer que o sucesso seja tão grande para que a produção mude para um teatro da Broadway. Também agora é a esperança para que saia uma gravação oficial, já que o musical nunca foi gravado anteriormente em estúdio. Carrie é um musical para ser observado com muito cuidado, por baixo de um musical mal escrito e bizarro, encontra-se uma obra-prima.

"In" - Coreografia puxada já na abertura do musical

Betty Buckley arrasando em "I Remember How Those
Boys Could Dance" juntamente com Linzy Hateley

"The Destruction" - What the hell is going on?

domingo, 22 de janeiro de 2012

Títulos de filmes retraduzidos

Outro dia eu estava conversando com um amigo do exterior sobre como às vezes os títulos dos filmes aqui no Brasil são traduzidos de forma bizarra, então eu estava retraduzindo para ele alguns títulos do português para o inglês. Assim ficou a brincadeira:


Título original: The Godfather
Título nacional: O Poderoso Chefão
Título retraduzido: The Powerful Big Boss


Título original: Step Up
Título nacional: Se Ela Dança, Eu Danço
Título retraduzido: If She Dances, I Dance


Título original: Ocean’s Eleven
Título nacional: Onze Homens e Um Segredo
Título retraduzido: Eleven Men and One Secret


Título original: Rat Race
Título nacional: Tá todo mundo Louco! Uma Corrida Por Milhõe$
Título retraduzido: Everybody is Crazy! A Race for Million$ (esse é o mais ridículo!)


Título original: Calamity Jane
Título nacional: Ardida como Pimenta


Título retraduzido: Hot Like Pepper
Título original: The Sound of Music


Título nacional: A Noviça Rebelde
Título retraduzido: The Rebel Novice


Título original: Airplane
Título nacional: Apertem os cintos... O piloto sumiu.
Título retraduzido: Fasten Your Seatbels... The Pilot’s Gone.


Título original: Mrs. Doubtfire
Título nacional: Uma Babá Quase Perfeita
Título retraduzido: An Almost Perfect Nanny


Título original: Riding in Cars With Boys 
Título nacional: Os Garotos da Minha Vida
Título retraduzido: The Boys of My Life


Título original: Scary Movie
Título nacional: Todo Mundo em Pânico
Título retraduzido: Everybody in Panic


Título original: The Tuxedo
Título nacional: O Terno de 2 Bilhões de Dólares
Título retraduzido: The Two-Billion-Dollar Suit


Título original: Analyze This
Título nacional: Máfia no Divã
Título retraduzido: Mafia On the Divan


Título original: Mystic River
Título nacional: Sobre Meninos e Lobos
Título retraduzido: About Boys and Wolves


Título original: Meet the Parents
Título nacional: Entrando Numa Fria
Título retraduzido: Getting Into Problems


Título original: Breakfast At Tiffany’s
Título nacional: Bonequinha de Luxo
Título retraduzido: Luxury Little Doll


Título original: Ferris Bueller’s Day Off
Título nacional: Curtindo A Vida Adoidado
Título retraduzido: Enjoying Life Insanely


Título original: Giant
Título nacional: Assim Caminha a Humanidade
Título retraduzido: That’s How The Humanity Goes


Título original: The Shawshank Redemption
Título nacional: Um Sonho de Liberdade
Título retraduzido: A Dream of Liberty


Título original: My Girl 2
Título nacional: Meu “Primeiro” Amor 2
Título retraduzido: My First Love 2



Além de bizarro o título, é também explicar que
Rowan Atkinson é o Mr. Bean no poster do filme.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

As Aventuras Babacas de Agamenon


Estava eu em São Paulo sem muito que fazer quando resolvi me arriscar a assistir esse “filme”. Primeiro que, eu amo cinema nacional por mais que a rejeição do mesmo seja tão grande (algo que gostaria de entender), segundo que, por mais que um filme seja ruim eu consigo achar algo de legal nele. Nunca gostei nenhum pouco do Casseta & Planeta, achei que  o programa ficou até muito tempo no ar e também nunca entendi alguém que conseguisse dar risadas com as piadas babacas deles. No caso de “As Aventuras de Agamenon – O Repórter” eu resolvi dar uma chance, não era todos os caras do Casseta que estavam envolvidos, então poderia ser um pouco bom. Indo diretamente ao ponto: o filme é tosco, sem graça, ridículo, horrível e qualquer outro adjetivo ruim que exista cabe bem ao “filme”. Muito me assusta Fernanda Montenegro participar dessa babaquice toda, é incompreensível ela estar num “filme” que piadas tão anos 90 como falar “Eu sou espada!” ou o personagem se chamar “Jacinto Leite Aquino Rego”, sinceramente, quem ri desse tipo de coisas tem algum problema mental. Até mesmo me surpreende pessoas que eu nem admiro estarem no filme como FHC, Pedro Bial, Jô Soares e Paulo Coelho. Provavelmente levaram uma boa grana pra aparecer no filme, ou nem receberam o roteiro completo.

Outra coisa que nunca entendia era pessoas que iam ao cinema e saiam no meio da exibição, sempre me perguntei: “A pessoa paga o ingresso pra nem ficar até o final do filme?”. Na primeira meia hora contei 5 pessoas que saíram do cinema (sim, não tinha algo melhor pra fazer), quando passou quase 1 hora de filme fui eu que não agüentei e tive que sair, já tinha extrapolado o limite da estupidez.
Vim aqui mais para desabafar, porque quero tentar esquecer para sempre que entrei em uma sala de cinema para assistir isso. Uma vergonha total para o cinema brasileiro. Não valeu nem a meia-entrada no valor de R$3,00 que paguei, preferia ter ido ao quiosque do McDonalds e ter comprado uma casquinha e uma água com esse dinheiro que teria aproveitado muito mais.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

HAIR - Paz e Amor!


É de esperar que uma produção do Möeller & Botelho seja sempre perfeita, mas depois de assistir Gypsy e O Despertar da Primavera eu achava que nada deles poderia ser melhor. Fui pego de surpresa ao assistir a estréia paulista do Hair no último dia 13/01 no Teatro Frei Caneca. O musical que foi um grande sucesso no mundo inteiro no final dos anos 60  fala sobre o estilo de vida hippie, amor livre, drogas, libertação e rock psicodélico, num período que eles lutavam contra a obrigatoriedade de se alistar para a Guerra do Vietnã.
Nunca fui muito fã do musical, sempre me senti meio perdido nele, tinha assistido apenas duas vezes o filme, mas conhecia bem quase todas as músicas. Posso dizer que a “experiência Hair” foi cheia de primeiras vezes. Desde o número de abertura, a energia do elenco juntamente com do público estava fantástica e não recordo de sentir isso em nenhum outro musical que eu tenha visto. Também foi a primeira vez que senti algo descontrolado saindo de dentro de mim após o término da música título “Hair”, a performance foi tão eletrizante que nada mais consegui fazer a não ser gritar durante os aplausos. Tudo foi tão surpreendente perfeito do início ao fim que não tem como achar pontos ruins ou falhas nessa produção. 

Maravilhosa Juliana Peppi
Juliana Peppi me encantou com aquele vozerão todo, o que me fez ir as lágrimas na sua saída no final do espetáculo nas duas noites que assisti (tive a oportunidade de assistir novamente no dia 15/01).  A mesma coisa ocorreu com Estrela Blanco cantando “Frank Mills”. Sem dúvidas é a música mais aplaudida por todos e a performance mais meiga e sincera que já vi num palco. Já com a Kiara Sasso eu estava com um pé atrás desde que soube que ela iria entrar no lugar da Letícia Colin. No Despertar da Primavera gostei tanto da Letícia que a achei que ela fosse insubstituível, eu estava enganado.  A Kiara demonstrou grande versatilidade e me fez esquecer qualquer outro personagem que ela fez anteriormente, estava simplesmente encantadora, vontade de guardar ela pra sempre no meu bolso. 

Poderia escutar Estrela Blanco
cantando 'Frank Mills' sem parar.
Outras vozes surpreendentes são as de Kotoe Karasawa, Cássia Raquel e Jennifer Nascimento que ficaram tatuadas em minha mente e me fazem querer mais e mais de Hair. Daria pra falar muito de cada ator no elenco, mas acabaria me estendendo muito. Só indo assistir pessoalmente pra entender do que eu estou falando. Sem dúvidas a vibração, as músicas, as vozes e o sentimento de amor que o musical transmite fazem você se sentir diferente, quem sabe até mais tolerante as diferenças, pois o amor nunca é errado.


Final da estréia paulista no dia 13/01: