domingo, 11 de dezembro de 2011

On a clear day you can see forever, and ever and ever more…

Até hoje só aconteceu uma vez comigo, escutar um CD pela primeira vez na vida e sentir saudades e nostalgia como se conhecesse aquelas canções a minha vida inteira. Foi o que aconteceu quando escutei a gravação do elenco de 1965 da Broadway, do musical “On a Clear Day You Can See Forever”. Eu conseguia visualizar imagem, cores, som e até sentir o cheiro de algo que nunca tinha vivido. Me fez pensar em vidas passadas e estranhamente o musical fala sobre vidas passadas. Desde então o “On a Clear Day” é um dos meus musicais favoritos e hoje depois de 46 anos o musical reabre na Broadway, com cara nova e parecendo que tem tudo para dar certo.

A história fala de Daisy Gamble, uma florista com percepção extra-sensorial que conversa com as flores e é uma fumante compulsiva. Ela resolve buscar ajuda com um psiquiatra, o Dr. Mark Bruckner, que usa a hipnose no tratamento, levando-a para vidas passadas. Quando Daisy atinge o século XIX, ela assume a personalidade da Melinda, por quem o Dr. Bruckner se apaixona e por sua vez, Daisy se apaixona pelo médico.  

O musical foi adaptado para o cinema em 1970, com a direção de Vincente Minnelli e contando com a Barbra Streisand e Jack Nicholson no elenco. O filme foi um fracasso de bilheteria pois os musicais não estavam mais em alta. Houve planos de uma versão “roadshow” com 3 horas de duração, mas 40 minutos do filme foram cortados, deixando a maioria das cenas do Jack Nicholson de fora. No ano de 2000, o musical abriu pela primeira vez em Londres. Enquanto isso, em Nova York, o musical fez parte do Encore!, um programa que todo ano apresenta, de forma completa, musicais que raramente são vistos na Broadway. No elenco do Encore! estava Kristin Chenoweth, Peter Friedman e Roger Bart.



No dia 12 de Novembro de 2011, a versão revisada do musical começou com seus ensaios abertos, na qual tive já oportunidade de escutar como ficou. Geralmente eu tenho uma inclinação a não gostar de modificações que fazem em musicais que gosto, mas essa nova revisão veio com uma grande surpresa. Além de ter o Harry Connick Jr. no elenco, a personagem principal Daisy virou David! Na nova versão, como na antiga, o Dr. Bruckner acaba se apaixonando pela Melinda, mas que agora é a vida passada de um gay totalmente flamboyant. O ponto interessante da nova versão é que até então, o Dr. Bruckner, um hétero que, já foi casado duas vezes, se vê apaixonado pela forma feminina de David.  Nessa nova versão revisada, uma ou outra música da versão original foi cortada, mas assim dá entrada para músicas que foram escritas especialmente para o filme. No geral, eu gostei em tudo da nova versão, o que me faz querer sair correndo daqui e ir para Nova York assistir muitas e muitas vezes.


Ninguém canta melhor a música título do que a Barbra Streisand:


Trechos da versão original da Broadway com a maravilhosa Barbara Harris:


Comercial da nova versão:


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