segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Estadunidense, palavra feia que não deveria ser usada

Ainda me deparo, principalmente na internet, com pessoas que insistem em dizer que a palavra “Americano” é errada pra falar de uma pessoa nascida nos Estados Unidos da América. Um grande exemplo é entrar na Wikipedia em Português em um artigo sobre algum filme rodado nos Estados Unidos. O artigo sempre vai começar com “...é um filme estadunidense”. No mesmo momento que leio isso, eu sinto uma aflição e dá vontade de corrigir o artigo. Não quero dizer que o uso do termo “estadunidense” seja errado, mas para quê usar uma palavra tão feia, sendo que existe outra amplamente usada que está tão certa como essa?

Às vezes acho que é complexo de inferioridade de brasileiro que ainda continua indo no McDonalds, tomando Coca-Cola e seguindo moda americana, mas tem orgulho de dizer que também é americano, pois nasceu em uma das Américas. Para mim é simples, tudo se trata de signo linguístico. Primeiramente que a palavra “Americano” poderia ser tranquilamente ser considerada uma palavra homógrafa, que tanto pode significar “nascido nos Estados Unidos” ou “nascido em um das três Américas”. O nome da nação “Estados Unidos da América” tem várias formas de se chamado em inglês devido à extensão do nome. Uns chamam de United States, alguns de The USA, The US, ou mesmo só America. Muitos esquecem que o nome oficial do Brasil é “República Federativa do Brasil”, mas ninguém iria querer falar que a nacionalidade é “Republicana Federativa Brasileira”. Voltando ao assunto de signo linguístico, temos o significante e o significado. O significado é a idéia ou a imagem mental que temos de alguma coisa, no caso, a pessoa que nasceu nos Estados Unidos. O significante é uma imagem acústica, a união das letras e o som que elas produzem, no caso, Americano em português, Américaine em francês, Amerikaner em alemão e assim por diante. O significado e significante são chamados de signos e sempre precisam andar juntos, um não é nada sem o outro. Ainda temos a significação, que é o nosso entendimento da palavra “Americano”, que quando a ouvimos, automaticamente sabemos do que estamos tratando, pois já estabelecemos as ligações contextuais existentes através de experiências e conhecimentos aprendidos. Apesar dessa confusão que é entre os significados, significantes e significações, o ponto que quero chegar é que, em nenhum momento houve uma inserção de preconceito ou maldade na palavra “americano”, ela surgiu tão naturalmente como qualquer outra palavra através da mutação que todos os idiomas falados no mundo sofrem. Para mim é o mesmo caso que nos dias de hoje, a mídia está exaustivamente mudando “risco de vida” para “risco de morte”. Por mais correto literalmente que esteja “risco de morte”, a expressão “risco de vida” sempre esteve presente pra significar o que todo mundo já sabe. Para mim soa tão errado ouvir “risco de morte” como ouvir “estadunidense”. Não faz parte da nossa formação linguistica, e não é agora o momento de mudar, isso ficou séculos atrás.

Portanto eu me recuso a usar uma das palavras mais feias da língua portuguesa que é a “estadunidense”. Se temos outra palavra tão bela e sonora que significa o mesmo, não há o porquê de usá-la apenas por um capricho tolo. Infelizmente ainda continuarei tendo aflições ao ver ou ouvir essa palavra.

sábado, 26 de novembro de 2011

Retomando

Três anos atrás esse blog tinha o intuito de apenas tratar de musicais, mas com a correria da faculdade eu acabei deixando para trás. Já faz alguns meses que eu venho pensando em retomar o blog com outra forma, pois sempre tenho muitas coisas em mente que gostaria de colocar para fora, aquele momento que você filosofa sobre algum assunto e não compartilha com ninguém.

Resolvi também deixar o mesmo nome do blog e a imagem do cabeçalho, mesmo estando relacionado diretamente a musicais. Analisando melhor percebi que tem tudo a ver com um blog pessoal. Começando com a escolha do nome "Putting It Together", uma música escrita por Stephen Sondheim para o musical Sunday in a Park with George que resume o que todos nós buscamos dia-a-dia: juntar todas as peças do quebra-cabeça da vida para conseguirmos melhorar em vários aspectos e deixar a tudo mais harmonioso. Já a imagem, para quem conhece o musical "A Chorus Line" fica mais fácil de entender o porquê da minha escolha. O musical que é um dos mais duradores da Broadway mostra os personagens totalmente expostos, falando de suas vidas, seus medos e alegrias, na qual os blogs pessoais estão aí para isso.

Sempre gostei de escrever, e também sempre achei a melhor terapia escrever tudo o que você pensa, nem que seja para ninguém ler. Espero que com essa retomada eu consiga colocar para fora muitas coisas que acabam criando uma angustia dentro de mim, ou mesmo relatar idéias triviais, coisas que gosto ou deixo de gostar.


Art isn't easy
Every word, every line
Every glance, every movement
You improve and refine
And refine each improvement

Link by link, making the connections, yes we do!
Drink by drink, taking every comment as it comes
Learning how to play the politician
Like you play piano, bass and drums
Otherwise you'll find your composition
Isn't gonna get much exhibition

Art isn't easy
Every minor detail is a major decision
Have to keep things in scale
Have to hold to your vision

Bit by bit, putting it together
Piece by piece, only way to make a work of art
Every moment makes a contribution
Every little detail plays a parts
Having just a vision's no solution
Everything depends on execution
Putting it together, that's what counts!